Um dos grandes mitos no estudo da língua francesa é que o passé composé é um tempo verbal difícil de assimilar para os brasileiros. Mas isso não é verdade!
O passé composé nada mais é que o nosso pretérito perfeito do indicativo. É quando falamos de uma ação realizada no passado, mas que já está concluída no presente. Complicou? Dá uma olhada no exemplo.
Quando perguntamos a alguém: “você leu o livro?”, estamos perguntando no presente sobre uma ação (a de ler o livro) que já deve ter acabado lá no passado. Se a pessoa responder: “sim, eu li o livro”, aí temos certeza de que a ação está concluída mesmo.
Quer entender mais sobre a composição do passé composé? Então, vamos lá!
Se é tempo composto, é preciso um verbo auxiliar
Uma dica básica para você que está se aventurando nos estudos de língua francesa é: se tem a palavra “composto” no nome do tempo verbal estudado, é porque vai haver algum verbo auxiliar, ou seja algum verbo que venha antes de outro verbo, indicando o tempo principal.
Calma, que tudo tem explicação.
O passé composé é formado desta maneira: verbo auxiliar + verbo no particípio passado. O verbo auxiliar vai ser o “être”, que você já conhece como o nosso bom e velho “ser”, ou o verbo “avoir”, que equivale ao nosso verbo “ter”.
Quando usar être e avoir no passé composé
Essa é talvez uma das primeiras dúvidas quando estudamos o passé composé. Mas é só prestar atenção na ação e se tem ou não complemento dessa ação. Veja só.
Verbo avoir
A maior parte dos verbos utilizam o avoir como auxiliar, sabia disso? Ainda assim, não vale a pena arriscar usá-lo a torto e a direito. O avoir é usado quando a ideia da frase expressa uma ação em que há um complemento, ou seja o complemento é alvo dessa ação.
Por exemplo, na frase “nous avons fini le livre”, isto é, “nós acabamos o livro”, o sujeito (nós) realiza a ação de acabar, e o livro é quem sofre a ação. Quem acaba, acaba alguma coisa (no caso, o livro).
Verbo être
Já no caso do verbo être, o sujeito que realiza a ação também a sofre. Ou seja, aquele que age é também a pessoa afetada.
Quando a gente diz, por exemplo “il est arrivé”, isto é “ele chegou”, a ideia está completa e não exige complemento. A gente não precisa perguntar quem chegou, porque já está expresso na frase. Também não é preciso perguntar o que a pessoa fez, porque é o próprio ato de chegar. Fácil, não?
Como flexionar o segundo verbo
Mas ainda não acabou! Falta mostrar como é que se flexiona o segundo verbo.
Com o tempo, você se acostuma a pensar no verbo e flexioná-lo de modo a formar o passé composé. Mas, até lá, damos algumas dicas. Acompanhe:
- verbos que terminam em -er passam a terminar em -é: arriver/arrivé, manger/mangé;
- verbos que terminam em -ir, quando regulares, basta tirar o -r: finir/fini, partir/parti;
- verbos regulares que terminam em -re, é só mudar a terminação para -u: attendre/attendu, comprendre/comprendu.
E os verbos irregulares?
Verbo irregular é aquele problema, né? Não tem uma regra definida, o que significa que a gente tem é que estudá-los mais detidamente mesmo. Aos poucos, até neles você começa a enxergar uns padrões.
Por exemplo, os irregulares que terminam em -oir, em geral, acabam terminando em -u no passé composé. É o caso de “savoir” que vira “su”.
E aí? Ficou mais claro como formar o passé composé? Para aprender mais, verifique nossa lista de verbos irregulares em francês!
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